Junto com o documentário teremos também o lançamento do filme A pele dos outros, de Teddy Falcão.
Onde: Cine Recreio - Na Gameleira
Quando: Dia 17 de setembro - sábado- às 20 horas
Quanto: Nada
Nascido Jofre Barbosa da Costa, em 1930, Da Costa compunha e interpretava canções de Ataulfo Alves e Ciro Monteiro e mantinha parceria com o também acreano Jorge Cardoso, um dos convidados para participar da gravação do documentário que impôs um novo desafio à produtora Artrio, que assina o trabalho. No início, a receita entrevista/material de apoio/entrevista era o caminho mais fácil, mas a equipe formada por um grupo de amigos, profissionais de áreas diversas da cultura manteve o tom de não conformismo da produtora e todos decidiram correr o risco de usar uma linguagem nova na construção do vídeo.
“Decidimos correr uns riscos, sair da zona de conforto. Pra nós mesmos, como estudo, como aprendizado e pra linguagem documental que é feita no Estado (...) Até o momento em que o diretor disse ‘gravando’, não tínhamos idéia do rumo que a coisa tomaria, porque gravar direito, sem controle do ambiente, sem instrução dos entrevistados, podia colocar tudo a perder. Mas o diretor sempre conseguia puxar o barco de volta quando ele se afastava um pouco da margem”, conta a produtora executiva e assistente de direção, Daniela Andrade.
A saída da ‘zona de conforto’ significou reunir em torno de uma mesa farta os músicos do grupo Roda de Samba, Jorge Cardoso, Jésse Lauro (filho de Da Costa e um dos mantenedores de seu acervo e memória) e o professor Écio Rogério - que tem o sambista como objeto de estudo de uma tese de mestrado.
O número restrito de participações se deu por questões de logística e de ordem financeira. Para ser aprovado, o projeto sofreu cortes no orçamento, fato considerado comum na produção de audiovisuais. A produção do documentário contou com a ajuda de amigos e parceiros para a cessão de transporte de equipamentos e disponibilização do cenário, por exemplo.
Patrocínio mesmo a Artrio conseguiu apenas com duas empresas, os Supermercados Araújo e a rede de Lojas Agroboi. “Patrocínio quase não existe. Se não fossem as leis de incentivo, os realizadores tirariam dos bolsos pra poder fazer seus filmes. E mesmo com as leis, existem dificuldades. A lei aprova um orçamento de valor ‘X’, quase sempre com cortes, emite um bônus fiscal e a gente tem que bater na porta do empresário e convencê-lo de nos repassar aquele valor em troca de abatimento em impostos. Se você for pensar, não é má idéia pro empresariado, ou é? Mas ainda existe resistência”, diz Daniela Andrade.
Breve nas salas de exibição – No começo da produção, os idealizadores do vídeo enfrentaram um obstáculo quase tão difícil quanto levantar os recursos para a sua realização: a pesquisa de dados sobre a vida e a obra de Da Costa. Com pouco material documentado, a equipe buscou o Departamento de Patrimônio Histórico, redações de jornais, mas foi com o filho do compositor e com o professor Écio Rogério, que elabora tese de mestrado sobre Da Costa, o maior número de informações. Depois de pronta a gravação, feita ao som das canções do sambista, é momento de capturar as fitas de quase cinco horas de filmagem. Para decupar, separar o filme em blocos, definir a linha e editar, deve-se levar em torno de 2 meses.
Ainda não há data para o lançamento do documentário, mas é provável que seja exibido pela primeira vez no Festival Chico Pop, como ocorreu com o vídeo ‘O tea-tro de Betho Rocha’, no ano passado. Daniela Andrade faz questão de destacar que existem diversos personagens como o Betho Rocha, como o Da Costa, que mudaram a forma de fazer cultura no Acre em algum momento e acabaram esquecidos.
“É importante lembrar a obra dessas pessoas. Fortalece a identidade, sabe? São personagens ricos que merecem ter suas histó-rias contadas, até pra manutenção da memória”.
Matéria escrita por Golby Pullig para o jornal A Gazeta. Confira aqui.
A Equipe Artrio agradece à Golby Pullig e ao jornal A Gazeta pela divulgação desse trabalho. É extremamente importante, não só para o nosso fortalecimento, mas também para o fortalecimento da cultura acreana.
Da Costa...Este samba não diz nada
O resgate da memória do pedreiro sambista que o Acre esqueceu
Jofre Barbosa da Costa nasceu em 1930, ou o ano da Revolução, como o mesmo gostava de frisar. Sobreviveu trabalhando nas mais diversas áreas, fazendo de tudo: foi pedreiro, agricultor, inspetor de alunos. Era filho de tacacazeira e carpinteiro. Ajudou a construir o Palácio de Rio Branco, sede do governo acreano. E, sempre que podia, fazia um samba.
O cantor e compositor de sambas Da Costa, como ficou conhecido em sua carreira musical, gravou e vendeu diversos LP’s. Se apresentou em Manaus, em Brasília e no Rio de Janeiro, o berço do samba. Gravou e realizou parcerias com importantes nomes da cultura acreana, como Jorge Cardoso. Em seu repertório, desfiava canções de Ataulfo Alves e Ciro Monteiro. Dividiu o palco com duas lendas do samba nacional, Noite Ilustrada e Paulinho da Viola.
Da Costa, apesar disso, findou esquecido pela memória acreana. Pouco se ouve falar do homem que foi homenageado no palco pelo Príncipe do Samba. Aqui e ali alguém regrava uma de suas canções, mas ainda assim não é o suficiente para fazer jus à memória de um dos maiores artistas que o Acre já viu.
Nesse intuito, o de resgate, A ARTRIO Produções elaborou esse projeto de documentário. Aprovado e financiado pela Lei de Incentivo à Cultura do ano de 2010 do governo do Estado do Acre, o projeto pretende trazer à tona essa figura lendária, recuperando sua memória em uma agradável tarde de roda de samba, feijoada, familiares e amigos para lhe render a devida homenagem.
A fim de viabilizar a realização deste importante documentário, a ARTRIO Produções está aberta a firmar parcerias saudáveis à execução do projeto, contando com o apoio de empresas e instituições parceiras da cultura, da memória e do samba.
Sobre a ARTRIO Produções
A ARTRIO Produções é uma produtora independente de cinema de Rio Branco. Formada por cineastas, artistas plásticos, escritores, fotógrafos e músicos, reunidos no ofício de fazer cinema profissional em meio às dificuldades que surgem no caminho. Entre seus trabalhos, está o documentário O Teatro de Betho Rocha, lançado em 2010 com grande repercussão na mídia local. Além dele, há a animação As Crônicas de Oliver, em fase de finalização. Outra animação, baseada na tradição acreana de contação de histórias, está caminhando a pleno vapor.
Para mais informações sobre a ARTRIO, visite http://artrio.blogspot.com, ou siga-nos no twitter: @estudio_artrio.
Para mais informações sobre o projeto Da Costa, visite http://dacostadoc.blogspot.com
Para mais informações sobre outros projetos da ARTRIO Produções, visite http://bethorocha.blogspot.com e http://cronicasdeoliver.blogspot.com